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O que eu achei da segunda temporada de Shadow and Bone

Publicado em 21 de mar. de 2023

O que eu achei da segunda temporada de Shadow and Bone

Esse post vai ser muito complicado porque, até o episódio final da temporada, eu estava certa de que iria amar absolutamente tudo. Mas aí chegou o final, e eu fiquei com uma sensação de sei lá. Por isso, hoje vou tentar falar sobre o que eu achei da segunda temporada de Shadow and Bone.

Mais sobre o Grishaverso:

Esse post vai ter alguns spoilers.

Nenhuma grande revelação, mas eu vou comentar sobre as mudanças que aconteceram nas tramas, as novidades que trouxeram. Então leia só se você tiver assistido a segunda temporada de Shadow and Bone - ou se não se importa com spoilers.

A temporada começa algumas semanas depois do fim da primeira. Todo mundo acredita que o Darkling morreu lá na Dobra das Sombras - mas ela ainda resiste, e por isso Alina (Jessie Mei Li) e Maly (Archie Renaux) estão à procura do segundo grande amplificador de Morozova. Alina já tem o Cervo, mas, para destruir a Dobra, precisa ficar mais forte. Por isso, precisa do Açoite do Mar.

Em Ketterdam, os Corvos estão lidando com as consequências de não terem levado a Santa do Sol como havia sido o acordo. E tem também outro grande problema: Pekka Rollins, o grande terror do Barril, está mais poderoso. Dominou o Clube do Corvo, e coloca todas as operações deles em perigo. Kaz (Freddy Carter) quer destrui-lo, e está pronto para aumentar a equipe com um demolidor e uma Sangradora para fazer seus planos funcionarem.

A segunda temporada de Shadow and Bone é muito, mas muito carismática. Sabe aquele tipo de série farofa de fantasia que é bem filmada, bem atuada, bem produzida? É essa.

Uma coisa que precisa ficar bem clara desde o início para quem leu os livros é: Shadow and Bone não é fiel. Mas faz o máximo de esforço para ser fidedigna, o que eu já acho ótimo. Ela é, sim, uma grande fanfic dos livros - como a própria Leigh Bardugo disse em entrevistas - mas funciona.

Essa segunda temporada adaptou os eventos de Sol e Tormenta e de Ruína e Ascensão. Eu achei que acabaria ficando apressado demais, ou corrido demais. Mas, num contexto geral, funcionou para mim. Achei que os acontecimentos transcorreram numa velocidade boa (com exceção do último embate, mas eu já falo sobre isso), que houve explicações e revelações nos momentos certos. Eles conseguiram encaixar coerência nessa pressa, e funcionou.

Não acho que Sol e Tormenta teria rendido uma temporada tão alucinante, sozinho. Foi uma escolha corajosa e bem adaptada juntar os dois livros em oito episódios. E funcionou com o plot dos Corvos, que pesca coisas de Six of Crows e Crooked Kingdom, mas se mantém original na maior parte do tempo.

O meu problema com a temporada se divide em duas partes: eu não sei se gostei das escolhas que tomaram ali no final. E não gostei do último confronto.

Deixei a série marinar na minha cabeça depois de maratonar com a Bibs. Eu realmente amei tudo que aconteceu nela até aqueles dois episódios finais. Adorei as mudanças, o tom muito mais sombrio e violento. Gostei demais da maturidade dos personagens (Maly Oretsev é simplesmente o MELHOR de todos e eu já falo sobre isso!), das novidades que apareceram e como elas funcionaram por causa do carisma dos atores.

As cenas de ação e correria são ótimas, as sequências com os poderes Grisha, principalmente os da Alina, são belíssimos. Os efeitos especiais também estão muito mais impressionantes. Dá pra ver que o orçamento de Shadow and Bone dobrou nessa temporada, só nos monstros de sombras do Darkling.

Mas nem tudo são flores, infelizmente (não dá pra toda série ser The Last of Us, né).

O último confronto me desagradou. Eu realmente não gostei das escolhas que tomaram em questão de cena e ação. Muitos Grishas agindo de maneira inútil, algumas coreografias de batalha que ficaram risíveis (aquela cena dos Aeros andando como um escudo humano me pareceu coisa saída do Avatar do Shyamalan, pelo amor de deus).

A série acabou caindo naquele problema de ter muitos personagens fortes tendo que batalhar no que seria uma batalha super simples, porque eles obviamente aniquilariam todo mundo ali com algum uso de poder. Então coloca os personagens pra agir igual bonecos inúteis na maior parte do tempo. Quando uma Hidro está usando os poderes, os outros Grishas ao redor dela estão parados, esperando. Quando um Aero está jogando uma rajada de vento, a que controla o fogo está olhando.

Pô, gente. Se vai colocar um monte de gente poderosa em cena, usa. Ou pelo menos invente bons motivos pra tirar os poderes deles - como foi o caso da Nadia e do irmão. Acontece uma coisa com eles que os impossibilita de lutar com total poder; eles improvisam, mas não estão fortes o bastante para sustentar a conjuração de ar.

Eu realmente achei todo esse confronto muito bagunçado e deselegante. O que foi compensado pela treta na Dobra das Sombras; achei tudo ali muito legal.

A outra coisa do meu desagrado foi o final. O final mesmo. Eu achei que essa segunda temporada, por ter adaptado os dois livros finais da trilogia, acabaria deixando brechas para a duologia do Nikolai e dos Corvos. Mas deixou... Brechas. Em tudo.

Fez algumas escolhas que eu vou precisar de muito desapego emocional para gostar. Quanto mais eu penso nelas, mais eu fico em dúvida se foram boas ou desesperadas.

Eu não gostei da posição em que colocaram algumas personagens ali no fim. Detestei a morte de determinado personagem, que foi esdrúxula, mal feita e sem motivos. Mas gostei demais da última cena. Da última focada de câmera ali. Promete uma reviravolta no Grishaverso, e pode ser interessante de acompanhar.

Shadow and Bone acabou sendo 80% satisfatória, 20% sei lá.

Em relação ao elenco, eu não canso de elogiar todo mundo. Literalmente todo mundo. Não tem um ator fora de personagem. Parece que todos eles caíram das páginas dos livros - especialmente as novas adições à equipe.

O que eu achei da segunda temporada de Shadow and Bone

Preciso elogiar demais o Patrick Gibson, que deu vida ao Nikolai dos meus sonhos. Ele é perfeito em tudo. Trejeitos, sorriso, o sarcasmo inerente, e também aquela paixão por Ravka que parece saltar de cada fala do personagem. Nasceu pra dar vida ao meu reizinho.

Os gêmeos Tolya e Tamar de Lewis Tan e Anna Leong Brophy também ficaram impecáveis. Eles funcionam muito bem juntos e separados - Tolya é o amor da minha vida! O Wylan de Jack Wolfe é assustador de tão igual a absolutamente todas as cenas. Como que pode o garoto ter nascido pra trazer esse personagem pra vida real?

As dinâmicas entre personagens funcionam bem demais por causa desse elenco impecável. Tudo é muito real, tem muita química. Os romances que acontecem (sejam reais ou em sonho, cof cof) enchem nosso coração de surtos e a gente de barulhos histéricos.

Preciso inclusive puxar um parágrafo para exaltar Maly e Alina como um casal, mais uma vez. DESAPEGA da porra do livro, por favor. Pare um segundo e desapega dessa desgraça. Pronto. Agora aprecie o melhor friends to lovers que já aconteceu na fantasia, e de nada.

O que eu achei da segunda temporada de Shadow and Bone

O que eu achei da segunda temporada de Shadow and Bone

Na segunda temporada de Shadow and Bone, Maly e Alina estão de uma maturidade tão grande que é quase emotivo ver o quanto meus bebês cresceram. Tudo entre eles é perfeito. A química entre Jessie e Archie salta da tela. Eu queria morrer de tanto amor pelos dois, e pelo amor entre eles.

O Darkling do Ben Barnes continua o Darkling do Ben Barnes. Tem uma camada de sofrimento que eu, sendo a hater que sou, adorei assistir, peguei até uma pipoquinha pra apreciar um pouco mais. Gostei da camada ainda mais violenta e sombria dele, pra deixar bem desenhado para que até crianças de cinco anos entendam que ele é o monstro dessa história. E todo mundo ao redor dele é vítima.

Outro elogio absurdamente emocionado vai pro Luke e pra Daisy, que dão vida ao David e à Genya. Que atuação! Que entrega! Que momentos emocionantes que me fizeram chorar igual uma condenada! Meus nenéns perfeitos.

E, nossa, os CORVOS.

Eu poderia sentar e assistir vinte e cinco temporadas dos Corvos fazendo planos e tendo que se virar nos 30 porque eles são estúpidos e tudo dá errado. Como esses cinco (pobi Matthias, preso) funcionam bem! Como é tudo tão fluído e perfeito e cheio de bom humor. Kaz e Inej e Jesper e Wylan e Nina (um dia, Matthias!) são meus filhos preciosos que eu amo mais que tudo.

O que eu achei da segunda temporada de Shadow and Bone

Tudo que envolve o núcleo deles é divertido, criativo e maravilhoso.

Enfim: a segunda temporada de Shadow and Bone é uma montanha-russa de coisas boas e algumas duvidosas. Não entendi quem tá reclamando dela (até porque a maioria das pessoas reclama horrores da Trilogia Grisha, então ó a oportunidade de apreciar uma fanfic bem feita). Ela traz, sim, mudanças radicais ao Grishaverso. Algumas que eu ainda preciso me acostumar. Mas, num contexto geral, é uma fantasia carismática e querida que eu vou torcer para ganhar mais temporadas.

2 comentários:

  1. Anônimo22.3.23

    Eu concordo com a maioria do que você disse. Há ali coisas que, como fã dos livros (tanto da Trilogia Grisha quanto Six of Crows), senti que não foram devidamente exploradas e por isso perderam grande parte do seu impacto emocional (como por exemplo, toda a treta do Pekka Rollins), mas de resto até achei que foi uma boa temporada. O finalzinho de tudo foi bastante interessante e, naturalmente, estou muito curiosa para ver como é que eles vão dar continuidade.

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    1. A treta com o Pekka eu até curti porque ficou claro que ele ainda vai infernizar bastante os Corvos - inclusive acho que ele sai da prisão, se a gente tiver uma s3 ou um spin-off e ai teremos todo o plot dele furioso com o Kaz, indo pra cima do que pode abalar ele (cof cof a Inej). Meu único desgosto ficou mesmo com os dois eps finais, mas não consigo falar de tudo que me incomodou sem dar muito spoiler (pra isso a gente vai fazer live que ai facilita a vida KKKK)

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