Resenha: O Castelo Animado - Diana Wynne Jones

A história de uma jovem amaldiçoada a se tornar velha, e do castelo de um mago que fica vagando pelo mundo roubou meu coração. Hoje a resenha é pra falar de O Castelo Animado, aclamada fantasia de Diana Wynne Jones.

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• A Casa no Mar Cerúleo, de T.J. Klune
• The Very Secret Society of Irregular Witches, de Sangu Mandanna
• Juntando os Pedaços, de Jennifer Niven
• Mooncakes, de Wendy Xu e Suzanne Walker

Sophie é a filha mais velha e não tem grandes pretensões para a sua vida por isso. Ela sabe que precisa manter os pés no chão, porque filhas mais velhas costumam arranjar problemas se buscam por aventuras. Quando seu pai morre e sua madrasta deixa Sophie responsável por quase tudo na chapelaria da família, ela decide que, tudo bem, é isto que tem para a vida.

Porém, quando Sophie acidentalmente insulta uma bruxa poderosa, se vê amaldiçoada por um feitiço que não pode revelar a ninguém. Sophie se transforma em uma velhinha encurvada num vestido cinza, e tudo que pode fazer é tentar descobrir como reverter essa maldição.

Seu caminho acaba no castelo animado, uma construção esfumaçada que é comandada pelo (dito) terrível mago Howl. Lá, Sophie acaba aprendendo mais sobre si mesma, enquanto tenta de toda maneira descobrir como se desfazer da praga que a bruxa rogou nela.

- Ninguém está seguro na casa de um mago.

O Castelo Animado é uma gracinha! Sabe aquele tipo de fantasia que te conforta, te faz sorrir, te diverte genuinamente e, quando termina, deixa saudade? É essa.

Diana Wynne Jones conta uma história sobre sua protagonista, e sobre os coadjuvantes ao redor dela. É um livro de fantasia de portal, mas tem uma surpresa em relação a ele. É também uma jornada de autodescobrimento e de aproximar Sophie do seu verdadeiro destino (destino esse que ela estava relegada a ignorar, com medo de ser a primogênita cheia de problemas).

Corações e almas não entravam nessa história.

Eu me diverti demais com a Sophie, com o Michael, Howl, Calcifer e todos os outros personagens que aparecem no decorrer da história. O castelo animado, por si só, é parte essencial da trama, já que tudo acontece nas dependências e nas portas que se abrem nele. Sophie, até então presa nesse pedacinho de mundo que era a chapelaria, passa a conhecer o mundo de fato.

Sua personalidade arredia (e de velha ranzinza de 18 anos) funciona muito bem pra história. As interações dela mesclam sabedoria e teimosia e um toque de encantamento que faz com que a gente adore essa personagem logo nas primeiras cenas dela.

Howl, por outro lado, é o boy lixo original (como diria a minha amiga Adrielli). Ele andou para que os morenos sarcásticos pudessem existir. O mago é um problema atrás de outro, com uma personalidade complicada e egocêntrica. E eu adorei tanto ele por isso! Sim, dá vontade de arrastar a cara do Howl num muro de chapisco, mas todas as atitudes dele são engraçadas. É fácil se divertir com os pitis de um mago.

Michael, o assistente do Howl, é uma gracinha. Ele é uma presença constante e estável na vida da Sophie, é bonitinha a relação de amizade e companheirismo (com picuinhas) que os dois constroem.

Quem rouba a cena, no entanto, é o Calcifer. O demônio de fogo que vive na lareira do castelo é tão, mas tão excêntrico, divertido e emburrado. Eu amei toda cena com ele, e queria tatuar esse foguinho cheio de personalidade na minha testa!

- Se eu lhe der uma pista e disser que é uma pista, vai ser informação, e eu não tenho permissão para isso.

O Castelo Animado é uma fantasia simples, mas oferece reviravoltas muito chocantes mesmo assim. Quando começa a amarrar as pontas e responder as perguntas, surpreende pela criatividade e pelos detalhes que a autora tinha deixado pelo caminho. Quando termina, tudo se resolveu de maneira impecável.

A edição da Galera Record tá muito bonita (eu vivo e respiro por essa capa da Isadora Zeferino, sem condições!). A diagramação tá bem confortável, a tradução de Raquel Zampil tá ótima, só a revisão que deixou um pouco a desejar (tem vários errinhos no meio do texto, números no meio das palavras, etc).

Diana Wynne Jones escreveu uma história de companheirismo, força e aventura da melhor maneira possível, e eu terminei completamente apaixonada pela narrativa, personagens e pela maneira doce e adorável com que essa história foi contada.

Sinopse: Certo dia, enquanto trabalha na chapelaria da família, a jovem Sophie é surpreendida e misteriosamente amaldiçoada por uma terrível bruxa, que a transforma em uma senhora de noventa anos. Sem saber como se livrar do feitiço e com receio de não ser reconhecida pelas irmãs, Sophie foge e acaba parando em um fantástico castelo, comandado pelo jovem e sedutor Mago Howl, cuja reputação é de devorador de corações das moças do povoado. No castelo, onde passa a trabalhar, Sophie promove uma grande transformação, mudando os hábitos de Michael, o aprendiz de mago, e de Calcifer, o demônio do fogo, responsável pela “vida mágica” do lugar. Além de ficar presa no corpo de uma senhora, o feitiço impede que Sophie revele que está sob o efeito de uma maldição. Calcifer, que logo percebe o que está acontecendo, propõe que ela o ajude a se libertar do pacto que o liga ao Mago Howl, oferecendo, em troca, ajuda para quebrar a maldição da Bruxa. Enquanto Sophie aprende a lidar, na inusitada rotina do castelo, com o insensível e impetuoso Howl, ela descobre um novo mundo, repleto de magias e maldições, bruxas e feiticeiros, e – o mais importante – conhece uma nova e surpreendente versão de si mesma.

Título original: Howl's moving castle

Autora: Diana Wynne Jones

Editora: Galera Record

Tradução: Raquel Zempil

Gênero: Fantasia

Nota: 5+

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