Don't Tell a Soul (Não conte a ninguém, em tradução livre), de Kirsten Miller, é um suspense de terror adolescente inspirado pelas histórias das fantasmas de branco ao redor do mundo.
Se você se interessou por Don't Tell a Soul, também pode gostar de:
- Os fantasmas entre nós, de Gih Alves
- Jake Livinston vê gente morta, de Ryan Douglass
- Os cinco sobreviventes, de Holly Jackson
- School Spirits, série da Paramount+
- O clube da meia-noite (The Midnight Club), série da Netflix
Bram causou problemas em sua antiga escola em Manhattan e, agora, foi enviada para a casa do tio, em uma cidadezinha a beira do rio Hudson, para evitar mais problemas para sua mãe e suas instituições de caridade.
Mas para Bram, essa é a chance de entender o que realmente aconteceu na casa do tio, uma mansão com mais de cem anos que ele estava transformando em uma pousada. Até que pegou fogo, matando a esposa dele, destruindo parte da mansão e dando ainda mais força a história das Garotas Mortas.
Agora, Bram está obstinada a descobrir a verdade: teria mesmo a enteada do tio, Lark, ficado louca devido a sua obsessão por Grace Louth, a garota que se afogou no rio Hudson em seu vestido de noiva, 100 anos antes, após perder seu amor? Teria ela ateado fogo na casa, levando ao acidente que matou a mãe? Teriam os fantasmas de Grace e das outras Garotas Mortas algo a ver com isso?
No mundo real, garotas não perdem a cabeça do nada. Se matam suas mães ou batem nos namorados ou queimam suas casas, elas costumam ter algum motivo.
Para desvendar o mistério, Bram precisa investigar não só o passado da cidade, mas o de sua própria família e o incidente que levou a morte de seu pai e tia.
Eu não tinha muitas expectativas para Don't Tell a Soul, comprei porque estava barato e era o tipo de história que eu queria ler. Então fiquei um pouco surpresa quando percebi que Kirsten Miller usava como pano de fundo uma história de fantasma focada em uma mulher de branco.
A história é muito semelhante as que a gente escuta por aqui no Brasil mesmo: uma noiva que se suicida depois de perder um amor (ou que é morta de forma violenta por ele). E eu estava gostando bastante do começo, embora seja um pouco lento.
Mas conforme a história vai se desenrolando, vários "causos" novos vão surgindo. Existem várias mortes ligadas a mansão e o livro se propõe a explicar cada uma delas. Também tem a história sobre o que realmente aconteceu com o pai e a tia de Bram. E a história sobre o motivo de Bram ter sido expulsa de Manhattan.
- Eu entendo, mas porque você as chama de "Histórias das Garotas Mortas"?
- Acho que, por aqui, todos os melhores fantasmas são garotas.
Isso sem contar as pequenas picuinhas com o povo da cidade que acaba gerando novos mistérios, tipo: por que ninguém consegue falar com a Lark? Por que os trabalhadores da mansão são tão cheios de segredos? Qual o lance entre Nolan e a Maisie? São vários pequenos segredos que existem para adicionar tensão e dúvida, mas que também precisam de espaço para serem desenvolvidos e revelados.
Mas, no fim, parece que é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. E, ainda assim, é tudo muito lento.
Para ser bem sincera, se Don't Tell a Soul focasse apenas na história de Grace Loath, Lark e April Hughes, teria sido bem melhor.
Porque pra mim, ficou parecendo que muita coisa foi mal explorada. Muita coisa foi contada, em vez de ser mostrada. E quando parte dos mistérios foram se resolvendo, parecia que eu estava lendo a página da wikipedia deles.
Não foi o suficiente para me fazer investir emocionalmente nas personagtens. O que acaba perdendo um pouco o interesse na história.
Já percebeu como todas as mulheres loucas tem mortes horríveis antes que possamos ouvir o seu lado da história?
Então, sabe aquelas histórias que quando você termina fica "hm, a história é muito legal", mas você tem zero apego a ela, não se importou com muita coisa?
Também acho que a autora tentou escrever um terror que pegasse na mão da raiva feminina e do feminismo. O que eu teria adorado e de fato fiquei muito empolgada no começo. Mas no fim, fiquei com um gosto amargo na boca. Para uma história que trata de medos e situações que são tão comuns quando se cresce e é socializada como mulher na sociedade atual, a autora parecia compreender muito pouco os sentimentos da Bram e das outras garotas.
Se eu for bem sincera, parece que foi escrito por um homem que tentou muito entender como as mulheres se sentiriam nessa situação. O que é triste, porque tanto a autora quando a editora são mulheres.
Além disso, acho que Don't Tell a Soul poderia ter sido muito melhor se a quantidade de mistério fosse diminuída, para dar espaço para um melhor desenvolvimento.
Ainda assim, foi um livro que li rápido, até. Não sei se porque eu genuinamente queria saber o fim ou se porque estava frustrada e não queria abandonar. Mas no fim, pra mim, é um livro um tanto esquecível.
Sinopse: As pessoas dizem que a casa é amaldiçoada. Que ataca os mais fracos e que jovens mulheres são suas vitimas favoritas. Em Louth, elas são chamadas de Garotas Mortas. Tudo que Bram queria era desaparecer -- de sua vida antiga, do passado de sua família e do escandalo que continua a assombrá-la. O único lugar que sobrou para ir é Louth, a pequena cidade na beira do rio Hudson onde seu tio, James,, está renovando uma mansão velha. Mas James é assombrado por seus próprios fantasmas. Meses antes, sua amada esposa morreu em um incêndio que as pessoas dizem ter começada com sua filha. A tragédia deixou James uma casaca do homem que Bram conhecia -- e destruiu metade da casa que ele tão amavelmente tinha restaurado. A mansão é bizarra, assim como os locais. As pessoas de Louth não gostam de forasteiros como Bram em sua cidade, e com o passar dos dias, ela descobre que os rumores que eles espalham são tão perturbadores quanto os segredos que escondem. Mais assustador de todos são as lendas que eles contam sobre as Garotas Mortas. Garotas cujas vidas ceifadas na mesma casa que, agora, Bram chama de lar. A realidade horripilante é que as Garotas Mortas talvez nunca foram embora da mansão. E se Bram procurar bem no passado assombrado da cidade, ela também pode não ir.
Título original: Don't Tell a Soul
Autora: Kirsten Miller
Editora: Delacorte Press
Gênero: Suspense | Terror | YA
Nota: 3
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