A magia que nos pertence é o mais recente título da autora Fernanda Nia. Publicada pela Editora Plataforma21, a história se passa num Rio de Janeiro onde a magia e a tecnologia são uma coisa só, e um bug de algoritmo pode dar muita dor de cabeça para quatro jovens que querem encontrá-lo.
Se você gostou dessa história, vai curtir:
Amanda e Madu são primas. Elas fazem parte de uma grande família barulhenta onde tudo acontece o tempo todo, inclusive com elas. Amanda trabalha como bruxa de um app onde as pessoas cadastram problemas mágicos para serem resolvidos, e Madu é meio que a consciência dela tentando impedir que a prima faça besteiras demais resolvendo os problemas dos outros.
Quando um algoritmo de redes sociais ganha vida e invade uma festa, o caminho das duas cruza com o de Diego, um ex-colega de Amanda que agora é influencer mágico cheio de fama, e de Alícia, que contrata a bruxa de app para ajudar Diego com esse bug vivo - em segredo.
Quanto mais as garotas investigam sobre o bug de algoritmo, mais uma trama antiga parece se desenrolar, envolvendo figurões mágicos, segredos de famílias e reviravoltas inesperadas.
Feitiços são legais e tudo o mais, mas nada supera a magia do jeitinho.
Pensa num livro que é uma mistura de abraço quentinho com uma boa tarde de risadas com os amigos. A magia que nos pertence é isso. A Fernanda escreve de um jeito tão descontraído que muitas vezes me arrancou gargalhadas altas. É aquele humor no ponto, que te pega de surpresa e te arranca reações genuínas.
A Amanda é uma palhaça. Ela quer muito se destacar no app e também provar para a família e para o mundo que é sim uma bruxa grandiosa. Não importa o que tenha que fazer (mesmo). Suas reações e interações com outras personagens são muito engraçadas, e a magia dela é uma coisinha curiosa também. Mas não vou dar spoilers porque achei legal entender como funciona no decorrer da história.
A Madu é uma personagem mais comedida, mas não menos divertida por isso. Onde a Amanda é o caos, a prima dela é uma tentativa de ordem - porque a família enorme, a prima maluca, as situações em que elas se enfiam, tudo é demais até pra Madu controlar. O poder dela, inclusive, tem muito dessa coisa de controle, reflete demais quem ela é.
Gostei muito dos dilemas que A magia nos pertence apresentou às protagonistas. Como evolui suas personagens com a trama, desenvolvendo os medos e receios e anseios de acordo com os momentos delas na história.
- Amor não é um recurso finito que você precisa economizar.
E, com o desenvolvimento, também tem o romancinho. Esse livro é um show de representatividade bissexual (e queer, num contexto geral), além de trazer protagonistas não-brancas pra esse cenário de fantasia urbana. Madu e Alícia é um romance muito fofo; é um banho-maria (o slow burn) com algumas pitadas de sofrimento e de mistério. Diego e Amanda, por outro lado, já se conheciam, então tem aquele "será que ele sentia alguma coisa por ela, ou está despertando agora?" permeando as interações.
Também gostei muito dos coadjuvantes como parte da trama. Ambos trazem uma camada de suspense muito interessante para a caçada ao tecbicho; quanto mais você acha que sabe sobre Alícia e Diego, menos sabe de verdade. E é muito legal quando chega a reviravolta, porque eu mesma não vi isso acontecendo!
O universo é outro ponto maravilhoso. O Rio de Janeiro mágico, o Brasil lidando com burocracias fantásticas, as invenções tecnológicas se mesclando à fantasia - o sindicato das Alexas e das Siris! É tudo tão legal. Genuinamente.
A edição da Plataforma21 ficou linda demais. Os detalhes da capa com o verniz localizado, a diagramação confortável, revisão ótima, tudo tá perfeito.
A magia que nos pertence é uma leitura perfeita pra quem tá querendo se divertir e acompanhar um universo criativo, personagens espertas e uma trama de investigação e reviravoltas muito criativa.
Sinopse: Amanda nem se formou no ensino médio, mas já trabalha no Geniapp, um aplicativo de pequenos serviços sobrenaturais. Escondendo que nunca foi muito boa com feitiços, ela resolve os problemas mágicos dos clientes na conversa e no “jeitinho”. Quando descobre que Diego, seu antigo parceiro nos serviços, está atrás de uma estranha e valiosa criatura – um algoritmo de redes sociais que ganhou vida por magia –, Amanda não perde a oportunidade de se juntar à busca. Mesmo que isso a jogue no meio de um mistério do passado do garoto e a obrigue a lidar com os sentimentos mal resolvidos entre os dois… Madu é o completo oposto da prima Amanda. Responsável demais, nunca contou a ninguém que pode espiar os segredos das pessoas com quem divide uma refeição. O estranho é que, quando Amanda aceita fazer um trabalho duvidoso para Alícia, Madu não consegue descobrir muito espiando a mente da estranha – só sabe que Alícia está mentindo. Querendo proteger a prima cabeça-dura, Madu embarca na missão de desmascarar a garota misteriosa. Só não esperava se afundar tão rápido no mar de segredos e sentimentos nascendo no caminho… Nessa jornada cheia de romance e humor em um Rio de Janeiro onde magia se cria com memórias, e histórias estranhas são apenas normais, Amanda, Madu, Diego e Alícia vão descobrir que não há melhor magia do que a que criamos entre nós.
Título original: A magia que nos pertence
Autora: Fernanda Nia
Editora: Plataforma21
Gênero: Fantasia | Romance
Nota: 5
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