Resenha: O Palhaço no Milharal - Adam Cesare - Queria Estar Lendo

Resenha: O Palhaço no Milharal - Adam Cesare

Publicado em 30 de nov. de 2022

Resenha: O Palhaço no Milharal - Adam Cesare

O Palhaço no Milharal é um elogiado terror slasher do autor Adam Cesare, que venceu um dos prêmios do Bram Stoker Award em 2020. Mas a história é muito mais do que uma noite de terror, perseguição e sangue.

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A história começa com um momento no passado. Nos apresenta alguns adolescentes da cidade de Kettle Springs durante uma festa. Cole, Janet, Ginger, Matt, Ronnie são amigos e costumam fazer pegadinhas para seu famoso canal de vídeos. O problema é que, durante essa festa, alguma coisa muito errada e terrível acontece.

Um ano depois, o médico da cidade se mudou e o doutor Glenn e sua filha Quinn se mudam para lá. Eles estão passando por um momento difícil na família, mas se mantém unidos nessa mudança para recomeçar. Ou é o que esperavam.

Em Kettle Springs, Quinn conhece os garotos do começo da história e se aproxima deles depois de um surto de um professor raivoso. Com eles, vai aprender mais sobre a cidade, sua história e cultura e, principalmente, ao lado deles, vai descobrir os horrores que os aguardam na próxima festa que está por vir.

Resenha: O Palhaço no Milharal - Adam Cesare

O Palhaço no Milharal tem uma premissa muito básica, típica de terrores slasher. Mas, quando comecei a ler e a história foi se desenrolando, as surpresas que surgiram no caminho me explicaram o por que de ele ser tão aclamado.

O próprio milharal parecia estar acenando, ou talvez estivesse respirando.

A história de Adam Cesare é básica, sim. No começo. Depois de certo ponto, quando as desgraças começam a acontecer, quando o motivo do título se torna real dentro da trama, tudo fica imprevisível. E o modo como a narrativa desenvolve isso é muito bem feito. Tem suspense, tensão, perseguição e gore, tudo na medida certa para o gênero. E também tem algo a mais.

Se tem uma coisa que eu acho que deixou a desejar, e que me fez não favoritar o livro no fim, foi o desenvolvimento dos personagens dentro da linha temporal que o livro tem. Tudo acontece muito rápido, e a parte do terror dentro dessa noite horrenda faz sentido. Mas eu queria ter me importado mais com todo mundo ali.

Por ter pouco tempo com eles, até mesmo com a Quinn, que move a história, acabou faltando emoção quando o terror começou a correr solto. Quando o palhaço medonho enfim dá as caras, não tinha toda a tensão que poderia ter se a história tivesse me dado mais tempo com os protagonistas.

O Palhaço no Milharal não falha, no entanto, em criar terror em antecipação ao que pode acontecer. Ninguém está a salvo, e ele mostra isso de maneira bastante gráfica com a primeira morte. Quando ela acontece, é uma sequência de tragédias horrendas pelo resto da noite.

Olhando para aquelas casas, Quinn foi tomada pela sensação de que Kettle Springs havia deixado seus melhores dias para trás. A cidade tinha desistido.

Além de Quinn, os personagens que dividem esse terror com ela são interessantes, apesar de conhecermos cada um superficialmente. Cole foi certamente o que mais me deixou curiosa; o garoto problema da cidade, aquele que todo mundo julga como o encrenqueiro, que na verdade carrega culpa e medo pelo incidente um ano atrás.

Resenha: O Palhaço no Milharal - Adam Cesare

Os clichês de personalidades que eu esperava aparecem, mas são bastante reinventados pelo autor. Dá muita graça para a história esperar uma coisa da patricinha e receber outra completamente diferente; O Palhaço no Milharal faz isso muito bem.

O que mais me deixou "uau!" pra trama foi a reviravolta dela. As reviravoltas, na verdade. Eu não esperava uma trama tão complexa dentro do que tinha sido apresentado, mas quando temos a revelação de quem está por trás dessa chacina, quem está perseguindo os adolescentes e que o terror talvez não tenha fim tão cedo, é ladeira abaixo em medo pelo fim.

Resenha: O Palhaço no Milharal - Adam Cesare

Adam Cesare abre espaço, dentro da premissa simples do slasher, para umas críticas bastante afiadas em relação às diferenças entre gerações e extremismos. Eu tinha uma aposta de que algo do tipo aconteceria por causa do tom da história, mas como se desenvolveu foi uma grata surpresa.

Havia passos pesados e risadas atrás deles. A gargalhada era rouca e maléfica, o som de alguém se divertindo com as mortes.

O Palhaço no Milharal é um livro rápido, do tipo que você lê em um dia. Tem muito sangue, desespero e surpresas ao longo do caminho. Em uma só noite, a figura do palhaço que entra no caminho dos adolescentes se torna algo mais. Uma coisa muito maior a temer.

O final tem um gancho para o segundo livro - O Palhaço no Milharal 2: Fredo Vive - mas, para quem gosta de histórias únicas, dá para parar nessa sem medo. A trama se fecha, e só sobra uma coisa a resolver. Coisa bem típica de histórias do tipo, que sempre tem abertura para trazer o "vilão" de volta para assombrar a juventude.

Sinopse: Quinn Maybrook só quer se formar. Mas talvez ela morra esta noite mesmo… Quinn Maybrook e seu pai se mudam para a minúscula e enfadonha Kettle Spring em busca de um recomeço. Eles não sabem que depois da Fábrica de Xarope de Milho Baypen ter fechado as portas, a cidade se partiu ao meio. De um lado existem adultos desesperados em manter a moral de os bons costumes de Kettle Springs. Do outro, jovens que querem se divertir, fazer vídeos e dar o fora dali o mais rápido possível. No meio dessa guerra está Frendo, um palhaço assustador e mascote da Baypen. Frendo decide que o único jeito de Kettle Springs voltar a prosperar é cortando pela raiz o mal que a assola a comunidade. Afinal, não dá para ter um debate se todos os oponentes estão mortos.

Titulo original: Clown in a Cornfield
Autor: Adam Cesare
Editora: HarperTeen
Gênero: Terror slasher
Nota: 4
SKOOB


Um comentário:

  1. Olá, curti muito a proposta e o título. Sempre gostei de livros que terminam com um desfecho próprio, e mesmo que tenha continuação, dá para se contentar com o primeiro também.

    Bjs

    Imersão Literária

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