O mal entre nós foi a leitura de Julho do Clube do Livro do QEL e, rapaz, que leitura. Essa história mistura elementos de horror, terror e suspense em uma busca desenfreada por pessoas que desapareceram do dia para a noite, sem deixar rastros.
Se gosta de histórias assim, vai curtir:
Na trama, Nora acorda no meio da noite com uma mensagem da sua melhor amiga, Becca. A estranheza da situação, especialmente depois da briga feia que tiveram recentemente, a leva até lá. Mas Nora nunca encontra a amiga porque, na manhã seguinte, Becca desapareceu.
E não foi a única. Outras pessoas sumiram pela cidade, sem deixar nenhum rastro. Nora tem certeza de que Becca não sumiria assim, então começa a sua própria investigação. Ao mesmo tempo, coisas sinistras começam a acontecer em sua rotina, colocando em cheque não apenas a certeza de Nora, mas também a sua sanidade.
Deusa, deusa, comece a contar
Você vai me escolher quando o dia acabar?
O mal entre nós é aquele tipo de livro que, quanto menos você souber, melhor. A história que Melissa Albert tece aqui é esquisita, instigante e, por vezes, aterrorizante também. Mas às vezes frustra.
Os elementos de terror são bem utilizados no desenrolar da trama principal, a confusão da protagonista acompanha quem está lendo e, o tempo todo, você sente que o livro pode caminhar para qualquer direção. O problema é que, em alguns momentos, parece que nem a autora sabia pra qual direção caminhar.
Eu tinha duas grandes teorias enquanto lia e nenhuma delas se provou certa. O livro é tão doido que desde que eu li Eu que nunca conheci os homens não ficava tão perdida, curiosa e devastada, em níveis iguais.
Se O mal entre nós fosse um filme, com certeza seria produzido pela A24. Mas não do tipo que te deixa satisfeita no final, e sim frustrada porque muita coisa boa foi mal utilizada e desperdiçada.
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As personagens principais são bem construídas no quão pouco realmente sabemos sobre elas. Nora é uma personagem contida. Enquanto isso, Becca é claramente a "líder", aquela que comandava a amizade e as decisões e, principalmente, as aventuras.
Porque um ponto interessante dessa história é como a fantasia se entrelaça com a realidade, sem deixar a gente saber o que é real ou não. As amigas tinham costume de viver uma vida paralela no seu Reino, um lugar seguro que construíram com a imaginação e com a devoção ao amor que tinham uma pela outra.
Mas, com o sumiço de Becca, e a briga que tiveram há pouco tempo, tudo desmoronou. E tudo isso contribui na confusão de Nora, na perdição que ela vive, na incerteza, principalmente.
Até a luz do sol que entrava pelas janelas parecia antiga.
Tem vários coadjuvantes que contribuem muito para a história, mas pouco para o fato de estarem ali. Tudo que eles acrescentam é informação que a Nora podia ter conseguido de outro jeito, sem enfiar personagem a torto e a direito que vai desaparecer em algumas cenas. Mesmo o James, que parecia tão importante, acaba sendo um beco sem saída!
A edição da Rocco tá ótima, com uma capa que combina bastante com o clima da história, diagramação confortável e uma tradução excelente da Bruna Miranda.
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O mal entre nós é uma montanha-russa de desconforto, confusão e mistério. Quando termina, te faz duvidar de tudo que tinha lido até então, e deixa uma sensação amarga, mas igualmente satisfatória, com a última página.
Sinopse: Melhores amigas desde a infância, Nora e Becca costumavam brincar de faz de conta e até inventaram seu próprio universo fantástico: o Reino. Lá, elas podiam ser o que quisessem e criavam as próprias divindades, como as deusas dos crushes, da impossibilidade e da vingança. Mas depois de Becca perder o pai e a mãe em um intervalo de apenas três anos, o Reino se desfez, e sua personalidade antes vibrante deu lugar a algo mais sombrio. Ela, então, desaparece misteriosamente, junto com outras três pessoas da Palmetto High School: um professor e dois alunos. A polícia diz não haver rastros, mas Nora encontra pistas deixadas pela amiga remontando ao antigo jogo infantil das duas. Conforme Nora descobre que as vítimas talvez não sejam tão inocentes assim, fica cada vez mais difícil negar as evidências de que a linha tênue entre o faz de conta e a realidade se rompeu, abrindo espaço para um mundo novo e sombrio. Agora uma divindade vingativa parece estar no comando e decidida a jogar seguindo as próprias regras, e Nora vai precisar superar o medo e encarar a verdade, se quiser salvar sua amiga.
Título: The Bad Ones
Autora: Melissa Albert
Editora: Rocco
Tradução: Bruna Miranda
Gênero: Terror | Suspense
Nota: 3
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