A Chuva é o último livro da série Blackwater, de Michael McDowell. Publicado pela editora Arqueiro, que nos cedeu o exemplar para resenha, essa saga familiar abrange décadas da vida dos Caskey e da herança familiar que os assombra. E se tornou um dos meus favoritos de 2025!
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Em A Chuva, mais de 50 anos já se passaram desde a enchente que devastou Perdido. Desde então, os Caskey encontraram mais riquezas do que consegum gastar. E também sofreram terríveis perdas. Oscar e Elinor já estão idosos, mas continuam dividindo o mesmo amor que os uniu no começo. O problema é que, quanto mais Elinor envelhece, mais fortes ficam seus fantasmas.
Perdido, agora, é outra cidade. Maior, mais desenvolvida, muito longe do lugar que um dia dependeu unicamente da madeireira dos Caskey para sobreviver.
A família, que um dia fora grande e imponente, vê seus números diminuir na mesma proporção em que vê sua riqueza aumentar. Hoje são sinônimo de dinheiro antigo e poder. Mas nada disso pode salvá-los. Afinal, o passado tem contas a acertar. E um acidente no pântano de Gavin Pond é o catalisador perfeito.
De certa forma, A Chuva terminou exatamente como achei que fosse terminar no momento em que li O Dique. Ainda assim, ela conseguiu me surpreender. Os personagens nunca fazem ou se tornam o que eu espero e, para mim, é uma das coisas mais legais de Blackwater.
Desde que descobri o título de todos os livros, eu esperava que essa história fosse cíclica. Ou seja, terminaria exatamente onde começou. Eu tinha uma ideia de como isso poderia acontecer, mas, novamente, Michael McDowell conseguiu me surpreender. Mesmo quando eu já espero que algo aconteça, ele consegue dar um jeito de fazer acontecer diferente.
"Todas as mortes são repentinas, por mais graduais que sejam."
Esse também foi um livro que trouxe mais do horror que vislumbramos ao longo dos demais. E confesso que algumas assombrações me deixaram mais entristecida do que amedrontada. Especialmente quando envolveu uma certa personagem que evoluiu tanto dentro da história e ao longo dos livros.
Mas foi bom poder pegar A Chuva e ver que os personagens não mudaram nada. O que só faz aumentar o sentimento de familiaridade. E a dor de se despedir dessa família para sempre. Terminei o livro já sentindo o vazio de não ter um próximo para ler.
Se comecei a série Blackwater me deliciando com as intrigas de Elinor e Mary-Love, com o lore da cidade e a magia e o horror cotidiano. A Chuva foi o desfecho perfeito, mergulhando mais uma vez em todos esses aspectos e nos relembrando onde essa história começou. E como tudo que aconteceu culminou para um fim arrepiante.
No fim, as águas do Perdido não perdoam ninguém, os fantasmas nunca esquecem e A Chuva só para quando nada mais restar.
A série Blackwater é definitivamente a minha preferida do ano. Mistura tudo que eu mais gosto: saga familiar, horror e intriga. Com personagens cheios de defeitos que, com o passar do tempo, começam a parecer fazer parte da nossa família. E uma escrita tão espontânea que parece que estamos conversando com um amigo.
Sinopse: Alabama, 1958. A família Caskey, mais rica e poderosa do que jamais imaginou, vive cercada por festas luxuosas e recepções elegantes. Mas o passado não foi esquecido e uma presença sombria ameaça a cidade de Perdido. Neste eletrizante desfecho da saga, os Caskeys pagarão o preço de suas escolhas e uma profecia finalmente se cumprirá.
Título original: The Rain, Blackwater 6
Autor: Michael McDowell
Tradução: Fabiano Morais
Editora: Arqueiro
Gênero: Horror | Gótico | Saga familiar
Nota: 5+
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