Resenha: Dance of Thieves - Mary E. Pearson

Dance of Thives é o primeiro volume da duologia spin-off de As Crônicas de Amor e Ódio. Aqui, Mary E. Pearson narra uma história que se passa alguns anos depois da trilogia original e explora questões do coração e de política com bastante carisma.

Outras histórias com a mesma vibe para conhecer:

• O Encanto dos Corvos, de Margaret Rogerson
• Jovens de Elite, de Marie Lu
• The Falconer, de Elizabeth May
• Uma Melodia de Sombras e Ruínas, de Roseanne A. Brown

Kazi faz parte da guarda real, e recebe uma missão: ela e seus companheiros devem se infiltrar em Boca do Inferno, uma cidade distante governada por uma família cuja soberania não é reconhecida pela coroa, e encontrar um fugitivo de guerra que foi avistado por lá.

Do outro lado, Jase recebe o comando das Torres da Vigília de Tor e de Boca do Inferno após a morte súbita do seu pai, o chefe da família Ballenger. Uma incursão para a cidade, no entanto, faz com que ele cruze caminhos - e farpas - com Kazi, e ambos acabem presos em uma carroça à distância de tudo. Para sobreviver e voltar às suas respectivas missões, eles precisam se ajudar.

Dance of Thieves foi uma experiência divertida, por vezes um pouco enfadonha, mas muito mais satisfatória do que minha tentativa de ler The Kiss of Deception.

A história que a Mary E. Pearson conta aqui é muito mais leve e rápida, uma romantasia bem cativante desde o início.

A jornada de Kazi é de provação; órfã que perdeu a mãe ainda cedo e que sobreviveu nas ruas com sua lábia, ela recebeu um lugar na guarda da rainha com muito orgulho e sabe que essa é sua missão para se provar digna dele. A de Jase também se iguala à dela. Ele jurou proteger sua família e seu povo, e vai colocar seu coração nessa missão.

Eu gostei das interações entre os dois desde o começo; aquela vibe enemies to lovers/hate to love que é uma delicinha de acompanhar, partindo pros flertes e faíscas até (um pouco súbito, mas eu aceitei) o romance.

Você deve encontrar a magia que aquece sua pele no inverno, a magia que percebe aqui que não pode ser visto, a magia que se agita em seu âmago com um poder feroz e que não deixará que você desista.

A história da Kazi e do Jase entrelaça esse relacionamento aos deveres que eles têm com suas respectivas missões, e todo o drama e as reviravoltas e aquela sensação de que o amor pode desmoronar a qualquer momento é muito bem desenvolvido na história. Você sente a tensão crescendo nos dois, porque ambos sabem que pode surgir um momento em que vão ter que se separar.

Suas personalidades, embora diferentes, dividem essa lealdade até o último fio ao que acreditam seu certo. Jase, à sua família; Kazi, à família que a acolheu.

O pano político de fundo é interessante, lidando com um território não reconhecido que se absteve da grande guerra e as consequências agora que os reinos se uniram e eles precisam lidar com esses pequenos rebeldes. Também tem a questão misteriosa do capitão que Kazi está procurando; um fugitivo de guerra que significa tudo para a rainha, pela questão de justiça.

Dance of Thieves poderia ter sido um pouco menor, a meu ver. Algumas partes do livro se arrastavam com uma lentidão desnecessária; cenas que poderiam ter sido encurtadas para deixar o ritmo mais leve e rápido.

Não foi um livro que me agradou em tudo, mas foi divertido. Ele é muito mais uma romantasia do que fantasia com romance, já que o foco e as consequências e tudo giram em torno da Kazi e do Jase.

Seria possível viver uma vida dupla? Servir a dois destinos fadados a uma colisão?

Outra crítica que eu tenho para esse livro é a tradução. Depois de conversar com a Bibs, descobri que era feita pela mesma pessoa responsável pela tradução de Rastros de Sangue 2 e também de The Kiss of Deception - e, surpreendentemente, a ótima tradução de De volta para casa. Aqui, no entanto, enroscava demais. Frases que não faziam tanto sentido, palavras que não encaixavam tão bem, parecendo tradução literal. Enfim, atrapalhava a imersão.

Dance of Thieves tem uma edição linda, para compensar, com detalhes nas páginas, pintura lateral e o mapa de abertura. Não fosse a tradução, acho que a leitura poderia ter fluído melhor - até mesmo as partes mais arrastadas.

No geral, para quem gosta de mundos fantásticos e de aventuras envolvendo moral e justiça e, claro, de um romance arrebatador, Dance of Thieves com certeza é a escolha certa.

Sinopse: Quando o patriarca do império Ballenger morre, seu filho, Jase, torna-se seu novo líder. Até mesmo os reinos mais próximos se curvam à força dessa família fora da lei, que sempre governou por suas próprias regras. Mas uma nova era surge no horizonte, movimentada por uma jovem rainha, que logo se torna alvo de ressentimentos e ira da dinastia. Kazi, uma ladra reformada que cresceu nas ruas de Venda e sobreviveu por sua inteligência e agilidade, agora faz parte dos Rahtans, a guarda da rainha, e é enviada por ela para investigar transgressões e violações de tratados vigentes junto a Synové e Wren, outras duas soldadas da guarda real. Quando chega à terra proibida dos Ballenger, um incidente a deixa acorrentada a Jase, trazendo empecilhos ao seu trabalho. A competição de sagacidade com o jovem líder faz com que eventos inesperados saiam de controle, e o laço entre ambos se estreita conforme eles utilizam falsos argumentos para cumprir suas próprias missões e promessas. A batalha de poder entre Kazi e Jase pode lhes custar a vida — e seus corações.

Título original: Dance of Thieves

Autora: Mary E. Pearson

Editora: Darkside

Gênero: Romance | Fantasia

Nota: 3,5

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