The Woods are Always Watching (A floresta está sempre observando, em tradução livre) é o segundo slasher de Stephanie Perkins e foca na amizade de Neena e Josie, que decidem fazer uma trilha e acampar na mata como uma maneira de se despedirem antes da faculdade. O que elas não esperavam é que uma viagem para reforçar a amizade fosse se tornar uma busca alucinada por sobrevivência.
Se você se interessou por The Woods are Always Watching, pode gostar de:
- Sadie, de Courtney Summers
- O palhaço no milharal, de Adam Cesare
- O exorcismo da minha melhor amiga, de Grady Hendrix
- Famaça Branca, de Tiffany D. Jackson
- Minha Doce Audrina, de V. C. Andrews
- Jake Livinston vê gente morta, de Ryan Douglass
Eu tinha ficado curiosa com The Woods Are Always Watching desde que vi o filme de Tem Alguém na sua casa, baseado no livro de mesmo nome da Stephanie Perkins. Terror slasher é um dos meus gêneros preferidos de filmes e fiquei muito empolgada com esse livro.
Já falei um pouco sobre a história lá no instagram do blog (você pode assistir o vídeo com spoilers no destaque "surtos fangirl"), mas queria poder expandir um pouco mais aqui na resenha.
Neena e Josie acabaram o ensino médio e estão literalmente nos últimos dias de férias de verão. As meninas são muito estudiosas e também meio excluídas dos colegas, assim, querem fazer com que seus últimos dias juntas sejam incríveis.
Para isso, decidem fazer uma trilha e acampar na floresta, antes do início das aulas de Josie. O problema é que nenhuma das duas sabe acampar ou viver na natureza. Josie até costumava fazer essas atidades quando era mais nova, mas desde que o pai morreu em um acidente bizarro, ela mal sai de casa.
E os pais de Neena nunca foram pessoas que gostavam muito de ficar na natureza, então nenhuma das duas tem muita experiência. Ainda assim, com a insistência de Neena em fazer algo memorável, o irmão de Josie as ensina o básico e as coloca em uma das trilhas mais fáceis.
E lá vão elas para uma aventura que vai, invariavelmente, mudar suas vidas.
Primeiramente, queria dizer que por umas boas 100 páginas eu tive que me segurar para não buscar spoiler, porque nada acontece. A leitura não é ruim nem nada, mas nas primeiras 100 páginas nós passamos o tempo inteiro aprendendo sobre Josie, Neena, a amizade delas, e observando as duas começarem a criar rusgas.
O início da viagem as coloca em uma posição dificil, já que quanto mais tempo juntas passam, mais percebem que se ressentem uma da outra. Josie porque Neena está indo para o outro lado do país, viver uma vida incrivel, enquanto ela fica presa naquela cidade, com a mãe deprimida e uma universidade estadual.
Já Neena se ressente pois está com medo da mudança, de não ser boa o bastante para a faculdade, de estar decepcionando os pais e sendo egoísta com suas escolhas, insegura com o que vai encontrar, e não pode falar sobre isso com a melhor amiga porque é Josie quem vai ficar, porque Josie é frágil.
Passamos mais da metade do livro nisso e eu seriamente me perguntei se tinha lido errado e seria mais um terror psicológico. Eis que, faltando 100 páginas para o fim das história (o livro não é tão grande, tem pouco mais de 200 páginas) as coisas finalmente começam a acontecer.
E eu fiquei o tempo inteiro no modo telespectadora de terror de não entra ai o assassino está aí!, implorando para que Josie calasse a boca.
Quando as coisas começam a andar, The Woods are Always Watching cai bem na pegada de slasher, especialmente ao intercalar os pontos de vista e nos deixar sem saber ao certo o que estava acontecendo com as meninas.
Gosto do discurso da Stephanie Perkins de constantemente lembrar o leitor de que nada daquilo estaria acontecendo com as meninas se o assassino não tivesse decidido matar elas.
Porque toda história de slasher carrega uma certa culpabilização da vítima. Por que ela não foi embora antes? Por que ela entrou ali? Por que confiou nele? Sendo que nada disso realmente importa enquanto o assassino estiver decidido a matar.
Tudo que acontece com as meninas foi poque ele escolheu matar. Se não fosse elas, seriam outras - como fica claro no decorrer da história. E esse foi um ponto que eu gostei bastante na história.
De certa forma, foi até uma maneira de equilibrar meu nível de frustração. Porque sempre que eu pensava "porque tão burra" ela logo vinha nos lembrando que nada daquilo estaria acontecendo se o assassino simplesmente fosse embora. O que fez muito para que eu me ressentisse menos das personagens.
Também achei Neena e Josie excelentes personagens. Muito bem construídas, com uma dinâmica interessante e bem realista na amizade delas. O que fez com que o começo, onde passamos muito tempo só acompanhando a jornada delas montanha acima, não ficasse parada ou massante.
No entanto, elas não foram cativantes o suficiente para me fisgar.
Mas o fim foi onde The Woods Are Always Watching me perdeu de vez. Eu esperava mais e acho que a solução que a Stephanie deu foi um pouco absurda demais. Eu entendo de onde ela saiu e acredito que tem seus motivos, mas mesmo o desenvolvimento do desfecho ficou meio confuso.
Não acredito que as coisas aconteceriam com aquela facilidade e conveniência, e acredito que teria formas melhores de terminar a história.
De forma geral, é um livro esquecível. Apesar de bons pontos, não teve nada surpreendente. Não teve nada que realmente prendesse a gente. E as meninas estavam tão de saco cheio uma da outra que eu sequer conseguia torcer por elas de verdade.
No mais, quem busca um slasher tipo Sexta-feira 13 precisa ir com as expectativas em check. The Woods are Always Watching tem seus pontos frustrantes e eles podem cansar se você não comprar a ideia que a autora quer passar.
Sinopse: Ursos não são os único predadores nessa floresta. As melhores amigas Neena e Josie passaram pelo colegial como excluídas, mas pelo menos tinham uma a outra. Agora, com a faculdade e duas mil milhas de separação chegando, elas tem uma última chance de passarem algum tempo juntas em uma trilha de 3 dias pela montanha da Floresta Nacional de Pisgah. Uma tensão latente as leva a um desvio para fora da trilha e direto para um pesadelo... E aí, para algo muito pior. Algo que vai testa-las de formar aterrorizantes. (tradução livre).
Título original: The woods are always watching
Autora: Stephanie Perkins
Editora: MacMillan
Gênero: Terror | Slasher | YA
Nota: 2,5
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