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As leis de magia de Brandon Sanderson

Publicado em 16 de ago. de 2022

As leis de magia de Brandon Sanderson

A magia precisa de regras? Segundo Brandon Sanderson, sim. O post de hoje é pra falar um pouquinho sobre as leis de magia de Brandon Sanderson, três regras que ele estabeleceu para construir suas histórias de fantasia.

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Em muitos artigos, o autor criou essas três leis de magia, com regras e consequências que afetam a história e o desenvolvimento. As leis de magia de Brandon Sanderson existem porque foi a maneira dele de se organizar como autor de ficção fantástica. Quando você lê as histórias do autor, vê cada uma delas lá.

O post de hoje é pra falar um pouquinho sobre cada uma delas. Vem comigo:

Quais são as leis de magia de Brandon Sanderson?


As leis de magia de Brandon Sanderson

A primeira lei diz: A habilidade do autor de resolver conflitos com magia é diretamente proporcional a quão bem o leitor entende a magia em questão.


Aqui, a gente divide a magia em dois pontos: a soft e a hard. Na soft, o sistema de magia não tem muitas explicações e nem muitas regras. É nesse tipo de sistema que a magia não resolve problemas de personagens. Ela só existe de pano de fundo. Na hard, no entanto, tudo é explicado. Tudo é causa e consequência. A magia é um instrumento da narrativa e dos personagens.

Então o livro depende do que o autor escolhe para o seu sistema de magia. Em Mistborn, por exemplo, o sistema de magia é hard. Ele é complexo, cheio de regras e custos. A ingestão de metais que os personagens fazem para acessar os poderes tem consequências. Usar demais os poderes tem consequência. E os limites são estabelecidos logo cedo. Mesmo para os Nascidos das Brumas.

Em O Encanto dos Corvos, no entanto, o sistema de magia é soft. Margaret Rogerson não desenvolve regras e limites e custos para o poder das fadas. A magia das fadas é um instrumento da narrativa. E dos personagens. Mas ela está ao redor e em todo lugar, e não gera, necessariamente, resoluções aos conflitos.

Tem inclusive o meio termo. Aqui eu encaixo Uma Chama entre as Cinzas. A Sabaa Tahir começou de um jeito soft, evoluiu para o hard e acabou nem uma coisa, nem outra. O universo fantástico dela tinha regras de magia simples no primeiro livro. No segundo, já começou a ficar maior. No terceiro e quarto, evoluiu a ponto de a gente vivenciar o famoso deus ex machina e Mary Sue. Que são dois problemas!

Quando quiser parar para analisar o sistema de magia, lembra dessa primeira lei. Já dá pra sentir o caminhar da história de acordo com ela!

As leis de magia de Brandon Sanderson

A segunda lei diz: Limitações são melhores que poderes.


Ou seja, o sistema de magia precisa ter limites. Se o personagem conjura uma bola de fogo, precisa de um custo e de uma consequência. Os limites ajudam a deixar a narrativa certeira. Você sabe que, quando um personagem usar determinado poder, ele vai receber uma cobrança por isso.

Vamos usar de exemplo Tons de Magia, da V.E. Schwab. Os poderes do Kell são limitados, mesmo sendo um Antari. A narrativa estabelece esses limites, e a consequência de ultrapassá-los. Tanto que a trilogia toda é uma consequência às escolhas mágicas que o personagem faz.

A Guerra da Papoula também faz isso muito bem. R.F. Kuang introduz o sistema mágico aos poucos, mas faz isso de maneira pautada. Entendemos as regras, as limitações, como funciona. Quando o custo é cobrado, é avassalador. É o tipo de sistema de magia que arranca tudo de quem o usa, porque é cruel. 

As consequências, nesse livro, são maiores do que o poder. São mais terríveis. O que ajuda a deixar o leitor à flor da pele em tensão. Se o primeiro livro já estabelece tamanha catástrofe, o que vem no resto da trilogia?

As leis de magia de Brandon Sanderson

A terceira lei diz: Expanda o que você já tem antes de adicionar algo novo.


Simples: se o universo fantástico lida com poderes elementais, a ideia é trabalhar a expansão desses poderes antes de falar sobre poderes necromantes. O sistema estabelece uma magia, suas regras, seus limites e custos, e a desenvolve ao extremo do potencial.

O Grishaverso é uma bela maneira de analisar essa lei. Leigh Bardugo criou os Grishas e seus poderes, suas limitações e regras. E ela seguiu expandindo esse sistema de magia até o fim das suas histórias. De Sombra e Ossos a Rule of Wolves, ela apenas expandiu. É o mesmo sistema mágico, mas com adições que tornam as histórias ainda mais criativas.

As leis de magia de Brandon Sanderson são uma das inúmeras maneiras de analisar a ficção fantástica. Alguns autores, como N.K. Jemisin, não gostam de estabelecer regras. Outros, como Ursula K. Le Guin, seguiam a risca essa ideia de magia, custo e consequência.

Vocês encontram mais sobre as leis de magia de Brandon Sanderson no site dele. É só clicar aqui.

3 comentários:

  1. Oiee, como não conhecia sobre o assunto, o post foi bem vindo. Fico a cada dia mais convencida a ler mais livros do autor.

    Bjs

    Imersão Literária

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  2. Oi!
    Adorei saber que o Brandon fez um levantamento de leis de magia, é mais uma forma de entender melhor do porquê que eu gosto tanto de algumas histórias de fantasia específicas, única lei de escrita que já tinha ouvido falar era as leis da robótica do Asimov.

    Beijão
    https://deiumjeito.blogspot.com/

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  3. Nossa, mas a mente do Brandon deve ser estudada porque o que esse homem tem de criativo... um dia eu me aventuro na Cosmere...
    Beijos
    https://www.balaiodebabados.com.br/

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