Lista de títulos Young Adult - Queria Estar Lendo

Lista de títulos Young Adult

Publicado em 18 de abr. de 2018


Young Adult é um dos gêneros que mais está em alta no mercado nos últimos tempos, mas ainda tem gente que acha que esse gênero em questão não faz pensar, não traz questionamentos, não é alta literatura suficiente para os leitores. Aproveitando a discussão que foi trazida à tona por causa dessa treta, hoje a gente está aqui com uma lista de títulos Young Adult para indicar. Livros que fazem pensar, que emocionam, que questionam, que falam da vida e de tudo que acontece nela; livros que têm uma história para contar e por isso são importantes.

Porque tanto quanto a "alta literatura" - que, honestamente, não existe; essa elitização literária é de uma problemática absurda e se eu começar a falar nisso vou pistolar e vou encher esse post de gif e não é pra isso que a gente está aqui - o gênero Young Adult está aí para trazer títulos pertinentes e que também são obras de entretenimento. A partir do momento que alguém começa com o discurso "ai, mas esse livro não faz pensar" já vem em mente a sábia fala de Maurílio dos Anjos:



Você pode pensar lendo qualquer livro. Você pode puxar filosofias sobre a vida analisando Crime e Castigo ou Harry Potter; então não venha com essa separação. Não coloque livros em altares e menospreze outros.

Dito isso, vamos para a nossa listinha:

1. A (R)Evolução das Mulheres (Mindy McGinnis) fala sobre a opressão de gênero, sobre a violência contra a mulher. Mostra uma protagonista assustada e furiosa pela submissão; uma garota que não aceita o terror pelo qual as mulheres passam e que quer responder isso na mesma moeda.

2. A Trilogia Anômalos (Bárbara Morais) deu voz a um grupo oprimido por diferir da "normalidade", crianças e jovens que foram menosprezados pelo governo, separados das outras pessoas por não serem considerados normais. Mostrou sua jornada de ascensão na busca por respeito e igualdade.

3. Proibido (Tabitha Suzuma) trata de abandono parental, incesto e negligência, e mesmo que você não concorde com as ações dos personagens (e que a situação tenha um tom um tanto quanto romantizado), é impossível não pensar sobre os questionamentos levantados pelos protagonistas no que diz respeito ao incesto, especialmente.

4. Fale! (Laurie Halse Anderson) aborda o bully, a depressão e a violência sexual de uma forma muito simbólica, crua e aberta (aos leitores). Desde seu lançamento original, em 1999, vem sendo usado como paradidático nas escolas e é uma excelente abertura para a discussão desses três temas (em especial a violência sexual e o silenciamento e vergonha).

5. Garotas de Vidro (Laurie Halse Anderson) é outro livro incrível da Laurie que trata de depressão e transtornos alimentares, que navega profundamente na mente de uma garota que convive com ambos e está em uma difícil luta para se libertar do que lhe faz tão mal.

6. Vivian Contra o Apocalipse (e Vivian Contra a América, Katie Coyle) é um retrato assustador e real de um país governado por medo, religião, preconceito e ignorância. Ele é tão próximo da realidade que não tem como ler ele e não relacionar tudo pelo qual Vivian passa com as situações que o nosso mundo está vivendo agora.

7. A Lista Negra (Jennifer Brown) tem uma protagonista que precisa lidar com a violência deixada para trás pelo namorado. A empatia é um sentimento muito gigante nesse livro, assim como o perdão e a validação dos seus sentimentos, independente de quais sejam.

8. Juntando os Pedaços (Jennifer Niven) tem uma história leve e ao mesmo tempo impactante, que nos faz refletir sobre tudo que colocamos no mundo, em especial o ódio gratuito a pessoa que são diferentes de nós. Uma lição sobre amar a si mesmo e realmente ser a mudança que você quer ver no mundo.

9. Dumplin' (Julie Murphy) é um grande hino a autoaceitação, amor próprio e relacionamento feminos (entre mãe e filha, melhores amigas, etc).  Assim como o livro anterior, Dumplin' no pede para analisar nosso comportamento e enxergar além do nosso próprio umbigo.

10. Trono de Vidro (Sarah J. Maas) dá voz a uma protagonista feminina que viveu o pior do mundo e aprendeu a responder na mesma moeda; uma rainha destronada disposta a enfrentar a escuridão para trazer luz ao seu reino de cinzas.

11. Fangirl (Rainbow Rowell) conta a história de uma garota introspectiva que precisa enfrentar o mundo sozinha pela primeira vez; como ela usa o que é para seguir em frente, sem deixar seus traços e sua personalidade de lado.

12. I'll Meet you There (Heather Demetrios) mostra um soldado abalado pela guerra e uma garota abalada pelo abandono e como eles se encontraram em si mesmos e um no outro; como o amor próprio e recíproco os ajudou a se erguer e lutar pelo que eles queriam.

13. Ninguém nasce herói (Eric Novello) mostra um Brasil tomado pela tirania, que tirou os direitos de liberdade, de justiça e, principalmente, da diversidade. Dá voz a jovens questionadores que se recusam a baixar a cabeça, sobreviventes da opressão dispostos a lutar contra ela.

14. O ódio que você semeia (Angie Thomas) fala sobre racismo, tanto o intrínseco quanto o escancarado. Como é nocivo e mortífero. Mostra o poder do ódio entremeado entre as pessoas e como isso destrói presente e futuro.

15. No Meu Lugar (Jorge Castro) é a história de um garoto que quer entender seu lugar no mundo, um mundo que o condena por amar quem ama, por ser quem é. É um livro doce e melancólico com uma narrativa poderosa, que mostra os terrores da ansiedade, da depressão e do preconceito.

A verdade é que poderíamos nos estender por anos falando sobre Young Adult; sobre a relevância de cada título já publicado, internacional ou nacional. São obras que vão ficar para sempre na história, histórias que não serão esquecidas porque sempre foram relevantes e sempre serão. Você não precisa de um clássico para passar uma mensagem. Só precisa de um livro.

12 comentários:

  1. Olá Meninas
    Eu confesso que eu já me recusei muito a ler YA, pois eu queria parecer madura e na minha cabeça YA são livros para "crianças", e depois percebi o quanto estava sendo infantil pensando desse jeito, inclusive eu li Por Lugares Incríveis recentemente e foi um dos melhores YA que eu li em toda minha vida. Amei o post, e foi bom parar pensar que literatura independente do gênero tem sempre algo a acrescentar!
    Beijos <3

    estanteclassica.blogspot.com

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  2. Oi, meninas!
    Só queria dizer que: ALGUÉM TAVA PRECISANDO FALAR ISSO SOBRE A ELITIZAÇÃO DOS LIVROS!!! E eu super apoio uma postagem sobre isso, bem pistola e cheia de gifs, só pra eu poder jogar na cara da galera chata da faculdade que acha que Dostoiévski vale mais/é melhor/tem mais conteúdo que Rick Riordan. Pelo amor de Deus, né? AFFF, agora eu também quero escrever sobre. HELP

    Sobre o post: desses, só li os primeiros de Trono de Vidro e não cheguei a terminar Fangirl. Acho que o YA é super importante, porque traz muita coisa pra galera que curte o gênero ou só está lendo porque é "pra sua idade". Eu, particularmente, como estudante e escritora, acho um gênero maravilhoso e é um dos meus favoritos também. Têm vários outros que eu já ouvi falar na lista e fiquei curiosa pra dar uma bisbilhotada.

    Beijo!
    www.controversos.com

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  3. Oi!

    Nossa, adorei o post e tudo o que escreveu nele.
    Concordo que o livro, por si só, já é algo que faz a gente pensar, independente de ser classificado como "clássico" (aliás, quem dita as regras do que é um clássico ou não, não é?).
    Tenho interesse em ler alguns dos livros que mencionou e tem alguns na lista de desejados.

    Beijos
    http://espiraldelivros.blogspot.com/

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  4. Olá...
    Eu adoro youngs adults e afirmo com toda a certeza que existem muitos que fazem fazem pensar, que emocionam, que questionam, que falam da vida e abre a mente do leitor!
    Amei a sua lista, inclusive já li GAROTA DE VIDRO e O ÓDIO QUE VOCÊ SEMEIA e te digo que foram obras que me marcaram muuuuito, principalmente a primeira! Fiquei bastante interessada em ler algunss títulos desconhecidos da lista... Já foi para os desejados <3

    Parabéns pelo post!

    Bjo

    http://coisasdediane.blogspot.com.br/

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  5. Linda lista. Eu li somente Proibido dos que citou e oh livrinho foda. Altas reflexões. Eu concordo que é meio absurdo as pessoas ficarem querendo classificar livros como bons ou não. O que conta é a sua experiência com livros.

    Vidas em Preto e Branco

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  6. Oi, meninas!
    Eu só tenho algo a dizer sobre esse post: PISEM MENOS EU IMPLORO!!! Já li alguns dos que vocês indicaram.
    Sobre o desserviço, eu me pergunto: quer melhor livro pra fazer os jovens PENSAREM do que livros que tratam de assuntos da vida deles???? Fica aí o questionamento.
    Beijos
    Balaio de Babados

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  7. Oi meninas, ontem estava vendo a questão da "alta literatura" e revirando meus olhinhos. Lembro que na época da faculdade de letras eu lia HP como se tivesse fazendo algo criminoso para os meus coleguinhas de sala... infelizmente, o preconceito literário é alimentado pela área acadêmica tb! Ao longo dos anos foi me distanciando do gênero YA por um muito de gosto mesmo, mas existem livros excelentes e de extrema qualidade em qualquer gênero.

    Enfim, adorei a lista e o tema do post.

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  8. Só ouvi elogios sobre Garotas de Vidro e fiquei bastante curiosa para conhecer melhor a obra. Espero que eu tenha essa oportunidade algum dia =D
    Ótima postagem! Beijão

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  9. Olá,
    Vez ou outra surge essa treta no Twitter, eu dou risada mas também fico triste, por pessoas que eu considero pensarem assim também. Sempre tentando impor que tem um gosto literário melhor por ler x, y e z.
    Eu conheci Crepúsculo na época que eu estava na faculdade, de Letras, lia lá enquanto o prof tava falando de Shakespeare kkkkkkkk o livro não pode ser uma genialidade, mas foi o que abriu portas para que eu caçasse mais e mais.
    Da lista eu li alguns. Fangirl me lembrou e muito minha época na facul haha.

    até mais,
    Nana - Canto Cultzíneo

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  10. Por puro preconceito, as vezes deixamos de conhecer obras, historias realmente muito boas, que nos fazem pensar, nos ensinam ou simplesmente nos divertem. Ler é prazer, não é obrigação ou especificação de metas. Eu amo qualquer gênero e sempre tenho gratas surpresas com YA...

    Adorei o Post, parabens e obrigado pelas indicações, alguns ja li, outros estão na fila, e adicionei mais alguns com suas dicas :)

    Ana Paula
    Paixão por Leituras

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  11. Oie, tudo bem?!!

    Também fiquei pistola com toda essa divisão entre os gêneros/tipos de livros, mas fiquei feliz em ver que essa discussão inspirou esse post. Eu gosto bastante de livros YA, são meus preferidos! Não conhecia todos os que foram citados no post, mas já anotei o nome dos que me interessaram pra eu procurar mais a respeito depois.

    Beijos
    www.procurei-em-sonhos.com

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  12. Oi, gente. Dando aquela passadinha por aqui...

    Estou de acordo, e acho que esse é um dos gêneros mais falados e que mais faz sucesso, atualmente. Mas, que também é julgado por muitos leitores, por aqueles que se acham intelectuais.

    Ao meu ver, livros que são ruins e não são muito aprofundados, são ruins porque são ruins mesmo, independente do gênero. É mera burrice interligar qualquer crítica aos livros ao gênero YA.

    E todos os gêneros podem abordar e aprofundar assuntos importantes. Acho que essa superioridade e preconceito em relação ao YA, tem que acabar.

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