Os melhores e piores livros de 2019 - Queria Estar Lendo

Os melhores e piores livros de 2019

Publicado em 31 de dez. de 2019

Os melhores e piores livros de 2019

Quando o ano começou, eu não estava mais comprometida a ler apenas mulheres. Mas tinha me comprometido com alguns desafios e, agora, olhando para trás, por mais que pareça que li bem pouco, consegui alcançar vários dos meus objetivos. E vim aqui contar um pouco dos melhores e piores livros de 2019 que li.

Antes da gente começar, só quero deixar claro que as minhas opiniões podem não refletir as suas, e tudo bem! Livros e experiências com leitura são muito particulares e pessoais, então se você gostou (ou não) de algum livro que aparecer nessas lista de melhores e piores, não tem problema. Minha experiência não invalida a sua, e vice-versa.

Também gostaria de dizer que esse ano não cheguei a odiar nenhum livro - seria esse o meu sonho? Portanto, não existe raiva dos "piores livros" citados aqui e também não acho que eles sejam ruins. A maioria foi só uma decepção mesmo, seja pelo hype em torno de autores, pelo meu amor anterior a alguma obra, ou pela bagagem que eu carrego e influenciou diretamente na forma com que me relacionei com os personagens.

Assim, reforço mais uma vez, que a opinião aqui é bem opinião mesmo, porque em se tratando se tecnicalidades não tenho o que reclamar dos livros - e  também fico muito feliz em não ter pego SEQUER um livro com abuso romantizado! 💖

Pequena lista dos melhores e piores livros de 2019 

A ideia da lista era compilar 5 livros, mas passei por um pouquinho e acabei com 14. 🤷‍♀️😂 A lista abaixo não está em ordem, porque eu jamais saberia dizer qual foi o melhor de todos e o pior de todos - tenho certeza que tem um pouco de libra no meu gêmeos. Segue meu melhores e piores livros de 2019:

Os melhores e piores livros de 2019

A Cor Púrpura - Alice Walker

O livro conta a história de Celie, uma garota abusada pelo pai, obrigada a se casar ainda muito nova, semianalfabeta e separada da irmã - a qual procura por toda sua vida. Uma narrativa muito forte sobre amor, espiritualidade, descobrir a si mesma e a sua própria força. A Cor Púrpura me surpreendeu com uma narrativa tão simples e poderosa, e uma história que parece tão atemporal. Me apaixonei e fiquei triste quando acabou, porque tudo que eu queria era saber mais!

Horror Noire: Representação Negra no cinema de Terror - Robin R. Coleman

Cinema é algo que sempre me cativou muito, e tenho uma relação toda estranha com cinema de terror - por um lado, amo, por outro, tenho medo. Mas Horror Noire trouxe uma reflexão muito importante sobre o papel subversivo do terror, as oportunidades que eles apresentou e o nascimento e fortalecimento de estereótipos prejudiciais aos negros. O viés é bem norte-americano, já que foi onde a pesquisa foi conduzida, mas é uma leitura incrível para entender o papel da mídia de entretenimento na criação, manutenção e subversão do sistema social.

Daisy Jones & The Six - Taylor Jenkins Reid

Foi o primeiro livro da Taylor que eu li - e me apaixonei. Uma verdadeira ode de amor a música. Taylor consegue colocar a gente bem no centro da narrativa, fazer a gente viver uma época tão distante e depois sentir falta daquilo tudo - mesmo que só tenhamos vivenciado através do livro. A história de Daisy Jones, seu envolvimento com a música e a forma explosiva como se juntou ao Six e criou um álbum icônico é maravilhosa. Além disso, ela consegue falar de amor e paixão de uma forma arrebatadora.

Os Sete Maridos de Evelyn Hugo - Taylor Jenkins Reid

Embora meu livro preferido da Taylor seja Daisy Jones and the Six, Evelyn me conquistou desde a primeira aparição. Sua história de tudo pela fama, manutenção da imagem e uma vida para o público é tão arrebatadora e envolvente que, mais uma vez, consegue me colocar no meio de tudo. Me vi na Hollywood dos anos 50, bem ao lado dela. Sofri com suas perdas, chorei com suas dores e admirei sua vida sem arrependimentos, a forma como não se desculpa por ser quem é e não busca redenção - apenas a verdade que sente que teve de negar por tantos anos.

Os melhores e piores livros de 2019

Dear Martin - Nic Stone

Que surpresa deliciosa. Eu queria muito esse livro porque me apaixonei pela capa, mas assim que comecei a ler sabia que ia me apaixonar pela história também. Justyce foi um personagem que cativou fácil com seu senso de humor, e a forma como ela busca por formas de lidar com a sua identidade e o mundo em que vivemos é uma jornada incrível de compreensão sobre si mesmo e as pessoas a sua volta. Chorei muito com alguns trechos de Dear Martin, mas a Nic soube como transformar uma situação desoladora em esperança, no fim - especialmente ao falar sobre luto e injustiça e a forma como Justyce lida com isso.

Kindred: Laços de Sangue - Octavia E. Butler

Eu não fazia ideia do que esperar do livro, porque tinha lido zero resenhas sobre. Só sabia que envolvia viagem no tempo. E caramba,  A SURPRESA! Normalmente não curto viagens no tempo porque os paradoxos e tecnicalidades me deixam muito confusa, mas Kindred lidou muito bem com tudo isso, focando mais no drama em si e encontrando formas simples de lidar com as viagens. Dana é uma baita de uma personagem incrível e a história é bastante profunda e complexa. É uma história incrível, especialmente para quem acha que sabe exatamente como reagiria em situações tão distantes do nosso cotidiano - assim como Dana achava que sabia exatamente como lidaria com a escravidão e acaba percebendo que a época, as relações humanos e a vida em si é bem mais complexa do que fazemos parecer. Faz a gente apreciar ainda mais a coragem de figuras que fizeram história lutando contra o sistema.

As Anônimas - Amy Reed

As meninas aqui no blog tem o livro em inglês e quando vi que sairia pela editora Única fiquei bem empolgada - tanto que eles me notaram e mandaram o livro... Eu estava esperando uma coisa um pouco mais dark, talvez mais vingança do que justiça. Mas a Amy conseguiu criar uma história que entretém, cativa e educa, tudo ao mesmo tempo. Erin, Rosina e Grace são personagens bem diferentes uma da outra, mas cada qual precisando lidar com o machismo, de forma que acabam se concentrando na injustiça cometida contra uma garota que podia ser qualquer uma delas. O fim é um pouco esperançoso demais, bem ficção - como o fim de Easy - mas já era algo que eu esperava. Especialmente porque, quando você fala da cultura do estupro, de redes de apoio, do despertar feminista para jovens mulheres, é interessante ser positiva. É o que instiga. E nos lembra de não perder a esperança. O fim de As Anônimas pode ser fictício, mas já conseguimos alguns resultados como ele. Agora só precisamos que isso vire lugar comum.

Os melhores e piores livros de 2019

Quinze Dias - Vitor Martins

Uma fofura só! Felipe só quer ficar no quarto vendo séries nas férias de julho, mas precisa dividir os preciosos dias longe dos bullies e enterrado no seu lugar seguro com Caio, o vizinho por quem tem uma crush. O problema é que Felipe é extremamente tímido, ansioso e complexado com a sua forma, e tudo isso faz com que ele não saiba lidar com Caio. Mas aos poucos, com ajuda de sua terapeuta e a forma amigável e aberta de Caio, ele começa a tentar coisas novas e descobre que queria muito mais do que 15 dias com Caio. A forma como o Vitor escreve é direta, simples e divertida. Amei as personagens, os traços cômicos da história e me envolvi emocionalmente com todas as dificuldades do Felipe, minha sereia irmã gêmea!

Fogo & Sangue - George R. R. Martin

Parece que faz vite anos que li esse livro, mas o impacto segue. Essa é a primeira parte de uma duologia que conta a história dos Targaryen, a família que governou Westeros por mais de 300 anos - mas que já está deposta quando Guerra dos Tronos começa. Embora eu não me importe muito com os Targaryens vivos nos tempos de As Crônicas de Gelo e Fogo, a história da casa sempre me fascinou, e ter a oportunidade de ler com mais detalhes sobre eles foi incrível. A escrita do livro é menos massante do que as Crônicas, já que é mais contado do que narrado, e também me emocionei com diversos personagens, já que o que não falta é tragédia e dor nas histórias de Westeros. Acho que quero mais a segunda parte de Fogo e Sangue do que Ventos de Inverno hahahahahaha.

Os melhores e piores livros de 2019

Tudo pelo Amor Dele - Sandie Jones

Recebi Tudo elo Amor Dele sem saber exatamente o que esperar. Minha única aposta é que seria um livro que trataria do abuso como ele realmente deve ser tratado, já que a relação abusiva de nora e sogra era o foco principal da história. Mas assim que ela começou eu já fui pegando nuances de comportamentos abusivos em outros personagens, o que só foi me irritando, uma vez que a autora não se dirigia a eles. Faltando umas cem páginas para o fim do livro, fui obrigada a procurar por spoilers, porque se ele acabasse como eu estava imaginando, nem me daria o trabalho. Acabou que o plot twist do fim resolvia todas as minhas questões, porém aí eu já estava de saco cheio, já tinha me frustrado de várias formas diferentes e pegado raiva de todas as personagens. E realmente não deu pra salvar, acabou sendo um dos piores.

Bom dia, Verônica - Raphael Montes e Ilana Casoy

Eu já queria ler ele desde o primeiro lançamento, e fiquei bem empolgada quando vi que era da Ilana e do Raphael. Assim, quando chegou, me joguei na história da Verônica, a escrivã da policia de São Paulo que passa a investigar por conta própria dois casos em paralelo, o que pode colocá-la em um perigo terrível. Eu esperava muito desse livro, mas não foi bem o que aconteceu. Classifiquei como uma leitura OK, mas por causa da Verônica acabou sendo uma decepção. A personagem não cativa e existe um esforço enorme para fazer ela "cinza", o que acaba tornando-a forçada e caricata. Não simpatizei, não entendi ela e também não me importei com ela. No fim, Bom Dia, Verônica decepcionada.

The Queen of Bright and Shiny Things - Ann Aguire

Outra decepção aqui. Eu achava a premissa do livro bem legal, mas o desenvolvimento foi bem qualquer coisa. Ficou o tipo de livro que não fede nem cheira. Acho que quem não costuma ler muito YA pode gostar, porque ele foge do plot comum aos livros do tipo. Sage passou por muito trauma e abuso, e encontrou um ligar feliz na casa da tia, mas ela ainda tem uma sombra consigo e tentar mudar isso fingindo ser feliz e ajudando outras pessoas. Mas ela só se permite olhar para dentro de si e lidar com o passado quando conhece Seth, que parece tão quebrado quanto ela. Senti que a história podia ter ido mais longe, se aprofundado mais, ter sido mais complexa. The Queen of Bright and Shiny Things foi muito preto no branco, raso e até boba em alguns trechos.

Os melhores e piores livros de 2019

Rastro de Sangue 2: Príncipa Drácula - Kerri Maniscalco

Deus do céu, como eu queria esse livro. Todo mundo fala bem de Príncipe Drácula e eu me apaixonei por Stalking Jack the Ripper. Estava louca para ter mais da Audrey Rose e do Thomas, especialmente nesse segundo livro, quando os dois estariam sozinhos, estudando ciência forense longe de casa. No entanto, já no inicio a trama se arrasta, o mistério demora muito para se desenrolar e, no fim, os plot twists surpreendem porque saem do nada. Foi uma baita decepção, fiquei bem triste por ter detestado a leitura, e já soube que o próximo não melhora muito. A chateação tá mais de 8 mil...

Leah fora de Sintonia - Becky Albertalli

Outro livro que eu estava esperando muito e fez uma curva de 90º graus e eu fiquei WTF? Amei muito Simon vs. a Agenda Homo Sapiens, e embora não tenha gostado muito da Leah nesse livro, quis dar uma chance para o livro solo dela porque uma coisa é você conhecer a personagem pelos olhos do amigo, outra é por ela mesma. Mas a Leah conseguiu incorporar todos os meus traumas de adolescência de uma só vez, em um pacote bem passivo-agressivo, e me deixou com muita raiva dela. Embora a história se desenrola bem fácil, porque a narrativa da Becky é bem fácil e desenvolta, eu odiei cada segundo ao lado da Leah.

E vocês, quais foram os melhores e piores livros de 2019?

3 comentários:

  1. Nossa tem alguns livros que tenho muita vontade de ler, tipo A cor purpura e não acredito que você leu Quinze dias! kkk preciso ler esse livro já tem um ano kkkk
    Jardim de Palavras

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  2. Olá, Bianca.
    Acredita que não li nenhum dos citados? E agora estou até com medo de ler o segundo de Rastro de Sangue porque já não gostei tanto assim do primeiro hehe. Eu sempre faço uma postagem dos melhores e decepções. Não gosto de falar piores porque como você disse cada um tem sua opinião e o que foi ruim pra mim pode ter sido ótimo para outra pessoa e vive-versa.

    Feliz Ano Novo!
    Prefácio

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  3. Sinceramente, acho que não li nenhum livro ruim ano passado. Não li tanto quanto gostaria, mas li muita coisa boa.
    Um 2020 cheio de leituras incríveis pra gente

    Vidas em Preto e Branco

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